Por Bia Parra
Dia desses estava uma pouco cansada do friozinho e resolvi pegar marido Edu para uma final de semana surpresa em Salvador.
Ele só soube pra onde ia, lá no aeroporto, muito legal.
Queria um hotel pequenininho e charmoso. Não queria ficar em grandes redes, aí optei por hotel boutique super cool no bairro de Rio Vermelho, o ZANK BOUTIQUE. Escolha mais que acertada porque é um hotel intimista em que cada um dos seus 20 apartamentos recebeu uma concepção diferente, tudo com muito estilo. O serviço é uma delicia, super personalizado, sabe quando nos sentimos únicos cheios de mimos e atenções...foi assim que as irmãs Raquel, Eliane e Cecilia Zanchet nos receberam. Atenção especial para o café da manhã e a trilha sonora deliciosa, as meninas super gentis, nos gravaram um CD que ouvimos sempre para matar saudade...
O bairro é um capítulo a parte. A costa e as ruas do Rio Vermelho são nacionalmente conhecidas por abrigar um das maiores festas da Bahia: a Festa de Iemanjá, a rainha do mar. Até os dias atuais, os pescadores da Colônia Z-1, cuja sede é a Casa do Peso do Rio Vermelho, preparam a principal oferenda à Iemanjá, um balaio com diversos presentes especiais. É linda, eu sempre adorei esta festa que ocorre anualmente no dia 02 de fevereiro. O bairro também é bem famoso por sua boemia. Em suas ruas e largos, há sempre uma festa acontecendo, em todos os dias da semana. Aposta certa e segura para a pessoa que quer se divertir.
Um pouco além, no Largo da Mariquita, está o famoso Mercado do Peixe. Formado por diversos boxes que vendem cerveja gelada e pratos típicos, como o sarapatel e o mocotó...para quem quer um passeio alternativo e bem típico, é um prato, literalmente, cheio.
Mas a maior patrimônio do Rio Vermelho é o acarajé da Dinha...figura tão famosa que emprestou seu nome ao Largo de Santana, que hoje é mais conhecido como Largo da Dinha. A fila do seu tabuleiro dá voltas e todos esperam para saborear os quitutes da baiana, que herdou o ponto de sua mãe Rute e avó Ubaldina. Point da sexta quando chegamos, acarajé e cerveja bem gelada.
Para o dia seguinte queríamos ver a restauração do Pelourinho, hoje Patrimônio da UNESCO.O termo "pelourinho" foi dado para local onde os escravos eram castigados pelos senhores de engenho. Para demostrar à população sua força e poder, os senhores de engenho resolveram construir um "pelourinho" no centro da cidade, instalando-o no largo central, hoje área localizada em frente a casa de Jorge Amado.
Muito diferente do tempo do descaso e da prostituição, hoje o “Pelô” está todo revigorado, limpo e policiado. Suas ruas de pedras estão lotada de ateliês, lojas de decoração, restaurantes descolados em meio a muita história.
Recomendo em particular uma visita a Igreja e Convento de São Francisco: considerada uma das mais ricas e espetaculares igrejas do país, tem todo o interior coberto em ouro. Sua fachada barroca é de 1723, como também os painéis de azulejos portugueses que reproduzem a lenda do nascimento de São Francisco e sua renúncia aos bens materiais. A nave central, cortada por outra menor, forma uma cruz. As pinturas têm forma de estrelas, hexágonos e octógonos e exaltam Nossa Senhora. Na sacristia, estão reunidos 18 painéis a óleo sobre a vida de São Francisco. Os dois púlpitos laterais são talhados com folhas de videira, pássaros e frutos colhidos por meninos e recobertos de ouro.
Há também um ritual maravilhoso na Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, a construção da igreja levou quase todo o século XVIII para ser concluída – ela foi erguida pelos membros da Irmandade de Nossa Senhora dos Homens Pretos do Pelourinho, escravos que só podiam trabalhar na obra em seus momentos de folga. Finalizada em 1796, é um dos marcos do Centro Histórico, com torres de influência indiana e fachada em estilo rococó. As missas do final da tarde de terça-feira apresentam cânticos em ritmos africanos acompanhados por atabaques, tamborins e repiques, sendo uma das maiores expressões do sincretismo baiano. Tem que ir!!!
Desnecessário: Subir da cidade baixa para a alta pelo Elevador Lacerda. Eu me sinto claustrofóbica lá dentro com aquele monte de gente, não gosto não, pode ir de taxi que está tudo certo.
Bom, depois de tanta história tínhamos endereço certo para o almoço lá mesmo para uma deliciosa moqueca de camarão com banana da terra e muito azeite de dendê no Jardim das Delicias (R. João de Deus, 12 – Pelourinho - Telefone: 71 3322 7068).
Para de noite, tínhamos reservado o Amado(venida Lafayete Coutinho, 660 – Comércio Salvador - BA, 40015-160). Restaurante mais que badalado de frente para a Baía de Todos os Santos, projetado por Paulo Jacobsen ele alia uma decoração rústica e toques de requinte, com seus lindos janelões de frente pro mar (se puder, reserve uma mesa lá fora). O camarão empanado com tapioca e o arroz de bacalhau servido com banana grelhada são divinos. Para acompanhar a adega guarda 3 000 garrafas de 220 rótulos de vinho.
Dia seguinte..preguicinha a lá Jorge Amado...piscininha..caipirinha...massagem (tenho um apego especial em visitar todos os SPAs de hotéis por onde passo)...
Fomos a igreja do Nosso Senhor do Bonfim, meus filhos (que ficaram em SP) queriam as fitinhas de qualquer forma...e para almoçar já bem de tarde, resolvemos finalizar com o restaurante Paraíso Tropical (Rua Edgard Loureiro, 98 B - Rua Nossa Senhora do Resgate, 40152-110 - 71 3384-7464 )- O único restaurante regional a receber uma estrela do Guia Quatro Rodas. O chef Beto Pimentel é muito famoso por seus pratos criativos que misturam frutas aos pratos salgados. É pitoresco, fica no meio de uma chacrinha, mas vale o deslocamento (o restaurante é afastado da orla) e o serviço sossegado.
De lá fomos direto para o Aeroporto, já com gostinho de quero mais.
Salvador tem um charme que é só dele e que amamos..
Um beijo e até amanhã!!
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