Por Bia Parra
Durante a última semana estive na Suíça como muitos puderam acompanhar através do Facebook da Afinal.
De fato foram dias incríveis que
só me fizeram reafirmar o que tinha sentido em julho passado quando estive lá
pela primeira vez, a Suíça é única!
Devo dizer que o País me encanta
na sua totalidade e nem pestanejaria se perguntassem qual o lugar do mundo eu
gostaria de morar... Fiquei pensando o porquê disso e não foi difícil descobrir,
basta falar um pouco da sua história...
A história da Suíça começa com a
ocupação romana de territórios habitados pelos Helvécios, uma tribo bárbara.
Muitas cidades importantes da Suíça de hoje datam do período romano, como
Geneve, Lausanne, Martigny, Zurique, Sion e Basileia, entre outras. A unidade nacional da Suíça data de 1291,
quando os cantões Uri, Schwyz e Unterwalden se juntaram formando uma
confederação. Posteriormente outros cantões juntaram-se a esses.
A história do país foi
decisivamente marcada pela Reforma Protestante e a luta entre católicos e
protestantes. Em 1523 ocorreu a Reforma protestante em Zurique liderada pelo
pastor Huldrych Zwingli. Ele foi morto em uma batalha contra as forças católicas
da Suíça central em 1531. E em 1536 foi a vez da Reforma protestante em Genebra
liderada pelo refugiado francês Jean Calvin, cuja doutrina rigorosa influenciou
as igrejas protestantes em muitos outros países.
Isolada por montanhas, a Suíça
teve sua identidade nacional preservada e, ao mesmo tempo, evitou envolver-se
em conflitos. Desde 1815 a Suíça não participou de nenhuma guerra mesmo
quando todo o Mundo estava nas duas Grandes Guerras, o país manteve sua neutralidade.
Foi apenas no início do século
XIX que Napoleão unificou a Suíça com limites fronteiriços levemente
diferentes, mas o país só se tornou uma república moderna federal em 1848.
A Suíça é assim, plural,
multicultural, poliglota. Devido à grande quantidade de imigrantes no país,
estrangeiros não são novidade e são tratados como qualquer habitante local, eu
sempre fui tratada assim e desta vez não foi diferente.
Francês, alemão, italiano e
inglês são línguas locais e cotidianas e é incrível como nossos ouvidos se acostumam,
quando menos percebemos estamos formando frases inteiras utilizando todas as
nossas possibilidades. Aqui devo fazer um parênteses para dizer que há muita
mão de obra de serviço de portugueses, assim nós brasileiros temos muitas facilidades
de comunicação.
Dentro de casa a vida dos suíços
é igual a de todos os países desenvolvidos, tiram os sapatos ao entrar em casa,
veem televisão em família, cada filho arruma seu quarto e ajuda nas tarefas de
casa. Fiquei encantada ao saber que a partir dos 6 anos já vão sozinhos para a escola...
ai que sonho.!!!
O alto custo de vida no país
proporciona muita modernidade e tecnologia até para os mais humildes, mas
também impede que todos tenham funcionários domésticos, o dia a dia passa a ser
vivido sob outra ótica.
Mas o que mais me encanta é a visível
fidelidade do Suíço aos direitos humanos, facilmente identificada em toda e
qualquer relação estabelecida, desde a mais superficial até as mais profundas.
Me emocionei várias vezes com a absoluta gentileza com que fomos tratadas, posições sociais não importam, o direito humano sempre é preservado. Dificilmente
alguém irá passar necessidades na Suíça, mas também deve saber que estará
sempre sendo cobrado para cumprir as obrigações do ser humano (cuidar da
natureza, trabalhar, ajudar ao próximo).
Não a toa é sede da Cruz Vermelha
que tem seu símbolo provavelmente inspirado na bandeira da Suíça com inversão
das cores, é sede do Fórum Econômico Mundial, da ONU, da FIFA, Organização
Internacional do Trabalho, Organização Mundial da Saúde, Fundo Mundial para a
Natureza, entre tantas outras Organizações cuja função primordial é pensar e
discutir as questões pertinentes a humanidade.
Isso é visto na demanda de
plebiscitos que acontecem semanalmente para discussão de regras de uma sociedade
verdadeiramente democrática pautada em um modelo Romano que foi preservada por
sua relevância social, cujo resultado não poderia ser outro senão um dos países
mais desenvolvidos do mundo e detentor da melhor qualidade de vida que
existe...
E nem por isso a Suíça é careta
ou chata como já ouvi alguns falarem, pelo contrario. Os suíços gostam de
atividades ao ar livre, não jogam lixo no chão e o reciclam quase que na totalidade que o fazem e hoje tem ateliês com objetos incríveis de reciclagem. A bike é
um dos meios de transporte mais usados no país, mas a preferência nacional é o
transporte público (sensacional) feito por ônibus ou bondes para curtas
distâncias e por trem para distâncias entre cidades (inveja!!!). De manhã
estamos em Geneve e de tarde esquiando em St. Moritz, TOPl!!!
Por sinal a prática de esporte
é constante para todas as idades, desde esportes de inverno (esqui, snowboard,
etc.), esportes comuns (tênis, futebol, basquete, vôlei...) até hockey, golfe
entre outros. Muito mais do que uma vida simples, o Suíço tem uma vida
simplificada, o verdadeiro luxo.
A culinária também é generosa e
social com seus banquetes de racletes e fondues, pratos que sempre nos convidam
a um mesa de conversa e compartilhamento.
Essa é a minha Suiça... linda, educada, gentil e muito, muito convidativa. Quem vai se sente em casa.
Na semana que vem vou falar sobre
o que visitei, até lá.
Beijo Bia
*Viagem realizada a convite da
Teresa Perez Tours
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